Você sabia que a Diabete Mellitus tem opção de terapia cirúrgica?
06/05/2019
Desde de 2017 o Conselho Federal de Medicina reconhece a Cirurgia Metabólica como opção terapêutica para pacientes portadores de Diabete Mellitus tipo 2 (DM2) com índice da de massa corpórea entre 30 e 34,9 kg/m2 - obesidade grau 1. Resolução CFM nº 2.172/17.
Dados importantes: no Brasil, somente em 2015, o número de pessoas diabéticas com idade entre 20 e 79 anos, atingiu a marca de 14,3 milhões. Existe uma expectativa que em 2040 este número deve atingir 23,3 milhões de pessoas. A incidência de DM2 é uma das principais causas de AVC, síndrome coronariana, insuficiência renal e cegueira. Na avaliação do Conselho Federal a cirurgia metabólica é SEGURA e apresenta resultados POSITIVOS a curto, médio e longo prazo diminuindo a mortalidade cardiovascular.
E que tipo de paciente pode operar?
O candidato a cirurgia metabólica deve ter um IMC entre 30 e 34,9 kg/m2.
Quais outros pré-requisitos?
-
Idade mínima 30 anos e idade máxima 70 anos.
-
Diagnóstico de DM2 há menos de 10 anos.
-
Refração* ao tratamento com medicamentos.
-
Não ter outra contra-indicação de tratamento cirúrgico.
*Refração ao tratamento - significa não ter controle metabólico após acompanhamento regular com médico endocrinologista por no mínimo 2 anos.
E se o paciente estiver dentro dos critérios para se submeter a cirurgia metabólica?
Ele deverá ser encaminhado para fazer todas avaliações multiprofissionais de uma cirurgia bariátrica - avaliação psiquiátrica/psicológica; avaliação cardiológica; avaliação do pneumologista; avaliação nutricional. Exames de rotina laboratoriais, endoscopia digestiva, ultra-som de abdome.
E qual a cirurgia recomendada?
O CFM definiu a derivação gastro-jejunal em Y de Roux como escolha prioritária para o tratamento da DM2 neste pacientes. Em caso de contra indicação desta técnica a escolha será de uma Gastrectomia Vertical. NENHUMA outra técnica foi recomendada para tratar estes pacientes.
Mas quem indica se este pacientes necessitam a cirurgia?
A indicação da cirurgia será feita por dois médicos ENDOCRINOLOGISTAS mediante uma parecer que ateste a REFRAÇÃO ao tratamento clínico onde foram usados antidiabéticos orais e/ou injetáveis além de mudanças no estilo de vida do paciente.
Com a DM2 é uma doença crônica e progressiva os pacientes que se submeterem à cirurgia deverão ter acompanhamento multiprofissional a longo prazo. Este acompanhamento deverá prever supervisão no estilo de vida de cada paciente.
Exames periódicos deverão ser programados, assim como supervisão nutricional, psicológica e supervisão clínica com o endocrinologista.
SOBRE O AUTOR - QUEM É O DR. GIANCARLO BÚRIGO
Atualmente com foco dirigido para Cirurgia da Endometriose Profunda, do Refluxo e Bariátrica. Também se dedica a aprofundar os conhecimentos na área de Administração e Liderança.
Habilitado como CEO Internacional na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.
Preceptor do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral do Hospital São José de Criciúma - SC.
Você conhece o Diabetes Tipo 2? Afeta principalmente pessoas com obesidade